Informação disponibilizada no site da CMM:
"É possível considerar que há cerca de um milhão e
meio de anos as primeiras comunidades humanas se tenham instalado, um pouco
por todo o território nacional, incluindo as áreas que hoje o Concelho
de Mortágua ocupa.
Em concelhos que fazem
fronteira com o nosso, foram encontradas estações arqueológicas do
paleolítico superior (freguesia da Moita, concelho de Anadia), também do
paleolítico situada no lugar do Carreço (concelho de Mealhada) e no
Concelho de Mortágua, no lugar de Lapa dos Mouros, perto da aldeia de
Mortazel, haverá vestígios de arte rupestre.
Imensos
achados materiais, toponímicos e outras manifestações, de várias épocas
da evolução do homem, podem encontrar-se nesta área, os quais foram
deixados pelos diferentes povos que por aqui viveram.
Na
época longínqua de 218 A.C., os romanos chegaram à Península Ibérica e
muitas foram as lutas travadas entre estes e os Lusitanos. Romanizando a
região ficaram os vestígios dos invasores em algumas povoações do
Concelho. Julga-se que por aqui passou uma das vias romanas de extrema
relevância, que fazia a ligação entre o litoral e o interior.
Andando no tempo assiste-se às lutas entre Cristãos e Mouros e em 985 é doado ao Mosteiro de Lorvão pelo Conde Ovecco Garseani e sua mulher o que lhes pertencia numa “Villa quos coiitant Castreloo”, cuja propriedade tomou o nome de Mortalago. Membros dessa mesma família terão, também, doado as suas partes do Castrello ao mesmo convento. Vários documentos citam doações sucessivas abrangendo áreas das actuais freguesias.
Andando no tempo assiste-se às lutas entre Cristãos e Mouros e em 985 é doado ao Mosteiro de Lorvão pelo Conde Ovecco Garseani e sua mulher o que lhes pertencia numa “Villa quos coiitant Castreloo”, cuja propriedade tomou o nome de Mortalago. Membros dessa mesma família terão, também, doado as suas partes do Castrello ao mesmo convento. Vários documentos citam doações sucessivas abrangendo áreas das actuais freguesias.
Pressupõe-se
que a reconquista definitiva de Mortágua aos Mouros, foi feita por
Fernando Magno e tenha sido entre 1058 (Viseu) e 1064 (Coimbra).
Século e
meio mais tarde fundou-se o reino de Portugal. Os seus governantes
encetaram uma nova organização do território e é então que surge a
formação dos concelhos, através das cartas de foral.
O
primeiro Foral de Mortágua é concedido em 1192, pela Rainha D. Dulce, esposa
de D. Sancho I. Pode considerar-se uma autêntica carta de fundação do
nosso Concelho e onde se encontram referências expressas à magistratura e
ao funcionalismo local.
O nosso Município foi
organizado segundo o modelo de município de Salamanca, modelo seguido
nas Beiras, o Juiz da nossa Vila foi sempre, desde a criação do
Concelho, um Juiz de nomeação régia, nunca um Juiz eleito pelos
vizinhos.
Desde a Idade Média até 1833 que a área
concelhia estava na posse de quatro entidades administrativamente
independentes: As terras do rei, os reguengos; as entidades
eclesiásticas, coutos; as entidades nobres, honras e a terra livre, o
concelho.
As pessoas pertenciam às ordens sociais designadas de Clero, Nobreza e Povo. Quem
trabalhava a terra não era o seu dono, mas os moradores que eram
somente arrendatários vitalícios que podiam ser expulsos das suas casas e
terras caso não cumprissem os contratos. Os donatários do nosso
Concelho foram pois elementos ausentes a quem o povo entregou, durante
séculos, as rendas devidas pelo amanho das terras.
Esta
situação foi alterada a partir de 1832, data dos decretos de Mouzinho
da Silveira, que pôs termo ao regime de vínculos e também pela extinção
das ordens religiosas regulares em 1834, por decreto de Joaquim António
de Aguiar, conhecido por “mata frades”, o património das mesmos para
património nacional.
Medidas tomadas pelo poder central que modificaram profundamente a sociedade portuguesa da época.
Consequentemente
e a partir da 1ª metade do século XIX, o povo de Mortágua passa a
dispor de património individual que transmitirá aos seus filhos através
de herança.
O Decreto de 31 de Dezembro de 1836,
aprova o primeiro código administrativo , são criados os distritos, os
concelhos e as freguesias. Mortágua aparece incluída na comarca de
Coimbra, contando com 1559 fogos.
Mortágua e as Invasões Francesas
A
guerra peninsular também passou com as sua fúria bélica por Mortágua,
mas foi a 3ª Invasão que mais marcou estas terras de gente humilde.
Aqui acamparam e pernoitaram os soldados de Napoleão, que pretendiam avançar para o litoral. Os seus intentos foram gorados.
No
Buçaco encontram-se a 27 de Setembro de 1810, as tropas francesas,
comandadas pelo general Massena, as anglo-lusas, lideradas pelo General
Wellington. Culminando com a derrota das tropas napoleónicas, na célebre
batalha do Buçaco.
Mortágua em posição de
charneira de várias vias de comunicação, que dava origem a três
direcções divergentes: Coimbra e sul do país, Bairrada e Figueira da
Foz; para Aveiro e Porto. Era em Mortágua que estas vias davam o nó,
onde convergiam e tomavam outros rumos, gentes e mercadorias.
A
política de desenvolvimento de transportes e comunicações na 2ª metade
do século XIX, marcou imenso o Concelho de Mortágua, prova cabal deste
desenvolvimento temos em 1853/54 a construção da estrada mecadamizada,
entre Viseu e Mealhada, e posteriormente a construção da via férrea ou
linha da Beira Alta, que inevitavelmente passava por Mortágua, ligando o
litoral português à Europa.
A partir de 1854, por
iniciativa da Câmara Municipal, as colinas, cabeços nus, gândaras
estéreis, valeiros sem dono e demais terrenos impróprios para
agricultura ou abandonados, desde o Mondego às Catraias Caramuleiras e
desde o Criz ao Buçaco, foram cobertos por sementeiras de pinhal,
calculando-se que cerca de 2/3 da superfície do Concelho tenha sido,
naquela época, arborizada.
Povoadores, conquistadores, invasores, gentes que vão e vêm, que marcam e que deram origem à região serrana, ao povo beirão....
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