Em Vale de Açores distingue-se uma Casa Senhorial.
Instalada em terra fértil para a agricultura, a Casa tem uma estrutura adaptada às vivências rurais e é um exemplo da ocupação senhorial: um andar térreo para o armazenamento de produtos e de alfaias agrícolas, e um andar superior destinado a habitação dos senhores (salas, quartos de dormir e cozinhas). Na fachada principal, a escada de um lanço dá acesso ao andar que possui janelas em guilhotina.
Na época em que vigorou o regime senhorial, quem trabalhava a terra não eram os seus proprietários. Estes pertenciam, no caso desta Casa, à nobreza e não estavam sujeitos ao pagamento de impostos. Cultivavam a terra os que viviam no senhorio e pagavam impostos com uma parte daquilo que produziam.
Para a cobrança dos direitos reais (os impostos que cabiam à fazenda real) existia, no concelho, o donatário chamado Senhor de Mortágua. A este, o rei concedia a autoridade de cobrar impostos aos moradores e mercadores em trânsito, com o privilégio de ficar com os lucros que iam para além dos direitos reais. Até ao século XIX, Mortágua teve dezassete donatários.
Segundo a tradição, no local desta Casa Senhorial estaria, no século XV, a de Dona Mécia de Sousa, Senhora de Mortágua porque seu pai, Dom Gonçalo Eanes de Sousa, donatário de Mortágua, não teve herdeiro varão. No século XVII, a Casa foi dos duques do Cadaval, que foram donatários da Vila.
A Casa Senhorial de Vale de Açores era pousada da família real quando passava por Mortágua. Consta que aqui estiveram hospedados o rei D. João I e o Infante D. Henrique quando vivia em Viseu, e há referências que nela se hospedou D. Pedro II.
Mariana Santos Mendes, 5.º B, ano letivo de 2011-2012.
Recursos consultados:
Conselho Geral de Ação Social, Diagnóstico Social de Mortágua, Mortágua, 2004.
Conselho Geral de Ação Social, Diagnóstico Social de Mortágua, Mortágua, 2004.
SANTOS, José de Andrade Assis e, As primeiras navegações oceânicas, Mortágua: (s.n.), 1960.
http://www.wikipedia.com/
Conheci bem essa familia e pernoitei algumas vezes. Já lá vao talvez 30 anos.... D. Armenia era uma simpatia de senhora.
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