domingo, 29 de abril de 2012

O pelourinho de Mortágua

     O pelourinho de Mortágua é uma construção de pedra constituída por uma coluna erguida verticalmente sobre uma base circular e terminada por um capitel. Assenta numa  plataforma de três degraus quadrangulares, o primeiro deles estaria originalmente enterrado.
        Desde a época de D. Afonso Henriques que tanto o rei como alguns senhores estabeleciam contratos com os habitantes de uma certa localidade. Esses documentos chamavam-se cartas de foral e as terras que as recebiam chamavam-se concelhos.
     Na carta de foral ficavam estabelecidos os foros e as isenções dos habitantes do concelho, os vizinhos, e a garantia de poderem eleger os seus representantes para a administração e a justiça local. A atribuição do foral era acompanhada da edificação de um pelourinho, que testemunhava o exercício do poder local – a autonomia do concelho face aos senhorios.
    Mortágua teve a primeira carta de foral em 1192, atribuída pela rainha D. Dulce, esposa de D. Sancho I. Com este documento, Mortágua (e o seu termo) tornava-se um concelho.

sábado, 28 de abril de 2012

Ponte antiga em Macieira, freguesia de Pala

        Por volta do ano de 218 a.C., os Romanos invadiram a Península Ibérica e em Mortágua também se verificou a sua passagem. Nesta região, a romanização deixou-nos vestígios de obras de engenharia.
    No que diz respeito às vias de comunicação, os Romanos tinham uma rede principal que interligava todo o Império Romano, estradas secundárias que ligavam os povoados às grandes vias e caminhos agrícolas ou de acesso privado. Em relação às existentes na região, o Dr. Assis e Santos diz no seu livro Mortalacum que «(...) o mais provável é que existissem duas rotas de trânsito romano - uma por Cercosa, Gondelim e Penacova, outra por Santo António do Cântaro, Botão e Eiras. A existência de uma carreira no Galhardo, outra em Cercosa e outra em Vale de Ana Justa assinalam a passagem por estes locais de uma rota de trânsito romano».
    Na minha localidade de Macieira, freguesia de Pala, encontra-se uma ponte muito antiga sobre a ribeira de Vila Pouca. Fará parte dos imensos troços de vias romanas espalhados pelo país? O povo refere-a como romana
    Está ao abandono. Gostava muito que fosse estudada pelos investigadores para ficarmos a saber em que contexto histórico foi construída.

Luís Pinto, 5.º D
Ano Letivo 2011-2012                                              

sábado, 21 de abril de 2012

Caraterização histórica de Mortágua

Informação disponibilizada no site da CMM:  
      "É possível considerar que há cerca de um milhão e meio de anos as primeiras comunidades humanas se tenham instalado, um pouco por todo o território nacional, incluindo as áreas que hoje o Concelho de Mortágua ocupa.
     Em concelhos que fazem fronteira com o nosso, foram encontradas estações arqueológicas do paleolítico superior (freguesia da Moita, concelho de Anadia), também do paleolítico situada no lugar do Carreço (concelho de Mealhada) e no Concelho de Mortágua, no lugar de Lapa dos Mouros, perto da aldeia de Mortazel, haverá vestígios de arte rupestre.
     Imensos achados materiais, toponímicos e outras manifestações, de várias épocas da evolução do homem, podem encontrar-se nesta área, os quais foram deixados pelos diferentes povos que por aqui viveram.
     Na época longínqua de 218 A.C., os romanos chegaram à Península Ibérica e muitas foram as lutas travadas entre estes e os Lusitanos. Romanizando a região ficaram os vestígios dos invasores em algumas povoações do Concelho. Julga-se que por aqui passou uma das vias romanas de extrema relevância, que fazia a ligação entre o litoral e o interior.

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Paráfrase da lenda do Juiz de Fora

     Os concelhos medievais, criados pelas cartas de foral, eram locais onde o povo vivia melhor e tinha mais liberdade. Nessas terras estava excluído o poder dos senhorios.  Os habitantes do concelho, chamados vizinhos, tinham o direito a eleger localmente, de entre si, os juízes para a aplicação da justiça.
     Mas os povos queixavam-se muito dos abusos dos fidalgos e poderosos que influenciavam as decisões dos juízes da terra. Para garantir o cumprimento da justiça nos concelhos, o Rei de Portugal nomeava um juiz de fora, pessoa estranha à terra e que, à partida, seria imparcial a administrar a justiça. O cargo de Juiz de Fora surgiu em Portugal em 1327, com o rei D. Afonso IV.
    Conta a lenda que um juiz de fora foi destacado para Mortágua para atender as reclamações que chegavam ao rei. Mas as suas decisões não corresponderam às necessidades do povo, que não gostou dele. Decidiu matá-lo. O rei, então, mandou um ouvidor para inspecionar e castigar os culpados. O povo tomou uma posição: unir-se e encobrir. Daí, à pergunta do oficial «Quem matou o Juiz?», todos respondiam «Foi Mortágua».
    Esta história atravessou décadas e espalhou a fama de Mortágua devido a esta ação coletiva assumida por todos. 
     E o ouvidor foi dar parte ao rei de que nada conseguira averiguar!
Ana Beatriz e Guilherme Emanuel, 5.º C
Ano letivo de 2011-12

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Lenda da pedra furada

      Na minha freguesia de Sobral existe a lenda de uma moura encantada, guardiã de um tesouro oculto.
      Esta superstição pode estar relacionada com a fuga dos mouros da Península Ibérica em resultado da Reconquista Cristã: não podendo levar as suas riquezas antes de partirem, enterravam-nas; no esconderijo, deixavam uma moura encantada a guardar o tesouro para impedir que se fizessem ali escavações. Acredita-se que é no dia de São João que a moura aparecia com o seu tesouro.
      Diz a lenda que...
     Num seixo branco que existe em Sobral e a que chamam Pedra Furada, existiu um buraco muito pequeno que servia para uma Moura sair em dia de São João antes do Sol aparecer no Oriente, com o objetivo de assoalhar o ouro.
Daniel Dias, 5.º B, ano letivo de 2011-12

domingo, 15 de abril de 2012

A Lampatana

Há cerca de 60 anos atrás, pelo Carnaval, uma senhora chamada Angelina, residente na povoação da Marmeleira, teve a ideia de improvisar para a refeição um “prato” surpresa.
Este constou dos seguintes ingredientes : carne, um pouco de colorau, pimenta, cebola picada, sal, folhas de louro, azeite e vinho.
Estes ingredientes foram levados ao forno em caçoila de barro preto e regados de vez em quando com bom vinho da região, enquanto era assada.
Todos apreciaram a carne assim preparada, mas acharam que esta especialidade deveria ter um nome.
Como as sementeiras, as colheitas e quase todos os trabalhos agrícolas são uma faina sã e como nessa época ainda havia entre nós, “beirões” de Mortágua e especialmente nos trabalhos de campo havia um sotaque “xim”, isto é, pronúncia do S por X, a  especialidade foi “baptizada” por Xanfana que traduz Faina Sã. Nesta época era o prato favorito dos dias de festa das aldeias da região da Irmânia.
Também lhe foi dada outra designação, que teve origem nas festas da “Escola Livre” (Centro Democrático de Educação Popular da Marmeleira) durante a conversa entre pessoas intelectuais, professores, etc...
Designou-se então, por Lampantana, em que:
  • lana, lã, ovelha/carne
  • pane, pão, com que se come
  • ana (diminutivo de angelina)
Portanto, a xanfana, é uma especialidade de Mortágua e é muito saborosa e apreciada por outras pessoas que vêm até cá só para a provar!
Uhm! Que boa que ela é!... Venham à nossa Terra e deliciem-se com este saboroso prato da nossa gastronomia.

Bibliografia: Dr. José de Sousa Baptista
Trabalho realizado por alunos do 1.º, 2.º e 4.º anos, ano letivo de (?)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Memórias da Casa Senhorial da Quinta das Palmeiras

     Em Vale de Açores distingue-se uma Casa Senhorial.
   Instalada em terra fértil para a agricultura, a Casa tem uma estrutura adaptada às vivências rurais e é um exemplo da ocupação senhorial: um andar térreo para o armazenamento de produtos e de alfaias agrícolas, e um andar superior destinado a habitação dos senhores (salas, quartos de dormir e cozinhas). Na fachada principal, a escada de um lanço dá acesso ao andar que possui janelas em guilhotina.
    Na época em que vigorou o regime senhorial, quem trabalhava a terra não eram os seus proprietários. Estes pertenciam, no caso desta Casa, à nobreza e não estavam sujeitos ao pagamento de impostos. Cultivavam a terra os que viviam no senhorio e pagavam impostos com uma parte daquilo que produziam.