Moinho de água – Caparrosinha: a queda de água aumenta a força motriz.
O concelho de Mortágua situa-se numa região com muitos cursos de água, aproveitados para movimentar os nossos tradicionais moinhos.
Em Caparrosinha e Caparrosa, duas povoações que pertencem à freguesia de Marmeleira, havia oito moinhos mas foram-se arruinando e, arrastados pelas cheias, desapareceram. Os moinhos guardam histórias dos nossos trisavô e bisavô, que exerceram a profissão de moleiro. Hoje existe um que ainda está a funcionar, herdou-o a nossa prima, Hermínia. Estivemos no moinho e dela ouvimos parte do nosso passado e registámos algumas das suas lembranças.
É um moinho de rodízio, tem aproximadamente 150 anos e a pedra das paredes é a lousa. Tem duas mós de granito à entrada e outra pronta a trabalhar, dentro do moinho.
Durante muitos e muitos anos, a atividade de moagem fez parte da sobrevivência da nossa população. A farinha era a base da alimentação, utilizada não só para cozer a broa, mas também na culinária e na alimentação dos animais. O moleiro andava de aldeia em aldeia com um ou dois burros a recolher as taleigas – sacos que continham uma medida de cereal; depois de moído o cereal, arrecadava a maquia – porção de farinha como pagamento do cereal que lhe davam para moer – e, com ela, sustentava a família.
Os moinhos mostram a ligação entre o aproveitamento das águas e a atividade agrícola, destacando-se, na nossa região, o cultivo do milho.
No moinho de Caparrosinha, pareceu-nos ouvir a chiadeira de todos os outros que por ali existiram, a funcionar!Ana Pardal e Maria Miguel Vicenta, 5º B
Amigas do Património