segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O moinho de água de Caparrosinha e a economia local



Moinho de água – Caparrosinha: a queda de água aumenta a força motriz.
Fotógrafo: Antonio M. Jorge (15 August 2007).

O concelho de Mortágua situa-se numa região com muitos cursos de água, aproveitados para movimentar os nossos tradicionais moinhos.
    Em Caparrosinha e Caparrosa, duas povoações que pertencem à freguesia de Marmeleira, havia oito moinhos mas foram-se arruinando e, arrastados pelas cheias, desapareceram. Os moinhos guardam histórias dos nossos trisavô e bisavô, que exerceram a profissão de moleiro. Hoje existe um que ainda está a funcionar, herdou-o a nossa prima, Hermínia. Estivemos no moinho e dela ouvimos parte do nosso passado e registámos algumas das suas lembranças.
    É um moinho de rodízio, tem aproximadamente 150 anos e a pedra das paredes é a lousa. Tem duas mós de granito à entrada e outra pronta a trabalhar, dentro do moinho.
    Durante muitos e muitos anos, a atividade de moagem fez parte da sobrevivência da nossa população. A farinha era a base da alimentação, utilizada não só para cozer a broa, mas também na culinária e na alimentação dos animais. O moleiro andava de aldeia em aldeia com um ou dois burros a recolher as taleigas – sacos que continham uma medida de cereal; depois de moído o cereal, arrecadava a maquia – porção de farinha como pagamento do cereal que lhe davam para moer – e, com ela, sustentava a família.
    Os moinhos mostram a ligação entre o aproveitamento das águas e a atividade agrícola, destacando-se, na nossa região, o cultivo do milho.
    No moinho de Caparrosinha, pareceu-nos ouvir a chiadeira de todos os outros que por ali existiram, a funcionar!
 
Ana Pardal e Maria Miguel Vicenta, 5º B
Amigas do Património                                     

A Capelinha das Alminhas de Vale de Remígio


     Na aldeia de Vale de Remígio, em frente à escola primária, existe um pequeno oratório conhecido como Capelinha das Alminhas, onde é frequente vermos velas e lamparinas. Recentemente foi pintada, ficando o ano da sua construção escondido. Mas quando os meus tios e a minha mãe frequentavam a escola, ela já existia há alguns anos.
     As Alminhas são uma das expressões da religiosidade do nosso povo. Quem passa no local, pára um momento para fazer uma oração, pedindo aos santos para que as almas cheguem ao Céu. Em troca, ilumina o caminho do crente, protegendo-o.
     Portugal é o único país do mundo que possui, no seu património cultural, Alminhas. Mas há pessoas ignorantes e maldosas que destroem este património.
     Esta Alminha em Vale de Remígio foi, durante muitos anos, cuidada pela dona Celina Gonçalves, contínua da escola.
te meu trabalho tem como finalidade chamar a atenção das pessoas para a preservação das Alminhas.

Cristiana Costa, 5.º D
Ano letivo de 2011-2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Moinhos de Água, em Vila Gosendo - Sobral

     Em Vila Gosendo, freguesia de Sobral, há cinco moinhos de água antigos dos quais não consegui apurar datas. Neste momento só dois continuam a cumprir a sua missão: produzir farinha de milho. A água que os faz funcionar vem de uma nascente da povoação de Felgueira. Esta água vai por uma levada por meio de pinhais e quando chega a Vila Gosendo é recebida numa represa perto dos moinhos e conduzida para o interior das casas dos moinhos para pôr a funcionar os engenhos.
     Descendo da represa por uma conduta, a água bate em queda no rodízio, roda colocada na parte inferior, paralelamente a duas mós, anéis maciços de pedra. As mós têm uma abertura por onde passa um eixo vertical. Este atravessa a abertura da mó de baixo que é fixa, e a da mó de cima.  A força da água, impelida sobre o rodízio, fazem-no girar; por sua vez, o rodízio movimenta o eixo e este aciona a mó rotativa de granito. 
     Os grãos de milho são colocados pelo moleiro na moega e vão caindo por um cano que dá acesso ao centro da mó rotativa. É entre as duas mós que o milho é esmagado – partido ou feito em farinha, conforme o desejado.
     Antigamente estes moinhos tinham uma utilização coletiva e o serviço da moagem era pago com uma quantidade de farinha.

Eduardo Lopes – 5º B
Ano Letivo 2011-2012

O espigueiro da minha avó, em Pala

    Na freguesia de Pala, a minha avó Maria tem um espigueiro construído em madeira. As paredes laterais, em ripas, permitiam a circulação do ar e a secagem do milho. Depois de recolhido no outono, o cereal era desfolhado, transportado em cestos e armazenado no espigueiro, onde ficava a secar para depois ser “malhado”. Os espigueiros representam o esforço de um ano de trabalho agrícola.
    O espigueiro da minha avó foi construído pelo senhor Manuel de Eirigo, em 1943. Foi restaurado, mas a cobertura ainda não está recuperada, foram colocadas chapas de zinco que alteram as suas características rústicas. É um exemplar dos usos e costumes vividos pelos nossos antepassados, merece outra intervenção para ser reposto em bom estado.

Rui Martins, 5.º B
Ano letivo de 2011-12                                                                                                   

sábado, 18 de fevereiro de 2012

O Ferro de passar da minha bisavó

     Antigamente, como não havia energia elétrica em muitos lugares, usava-se estes ferros de passar a roupa que funcionavam a brasa, de carvão vegetal, para o aquecimento.
     Este ferro pertenceu à minha bisavó Maria, que morava em Trezói. É em ferro maciço e pesa cerca de dois quilos. Para conseguir aquecê-lo, a minha bisavó fazia uma fogueira, recolhia as brasas e metia-as dentro do ferro para o aquecer e conseguir alisar a roupa.
     A última pessoa a utilizá-lo foi a minha mãe, Urbalina, que tem trinta e cinco anos. Ela contou-me que perdia muito tempo a aquecer o ferro... Mas tinha a vantagem de não consumir energia elétrica.
Marco Gonçalves, 5.º D
Ano letivo de 2011-12

Capela de Nossa Senhora da Piedade


     Na freguesia onde vivo, Vale de Açores, a capela de Nossa Senhora da Piedade preserva momentos importantes da história local. Para conhecê-la melhor, ouvi o senhor Armando Simões e aqui exponho as informações que consegui obter.
     É uma capela brasonada que pertencia à Casa Senhorial que foi propriedade dos Duques de Cadaval, uma ilustre família da fidalguia portuguesa. Foi construída no exterior da quinta de que faz parte, para que o povo de Vale de Açores a pudesse visitar.
     Desconhece-se o ano exato da sua construção, mas terá sido no século XIX. A planta da capela é oitavada. Na fachada principal, destaca-se o brasão dos Duques de Cadaval; a porta é encimada por um frontão interrompido, o único elemento decorativo do exterior da capela.   
     A capela sofreu algumas alterações posteriores à sua construção inicial: foi retirada uma escada interior que dava acesso a um espaço superior na parte sul e o teto octogonal foi pintado com uma cor diferente da original. Estas alterações fizeram com que a capela perdesse o valor arquitetónico para a avaliação como monumento nacional.
     Consta-se que a rainha Dona Amélia, quando passava por Mortágua, ia assistir aos atos religiosos nesta capela.

Pesquisa de Maria João Lopes – 5º B
Ano Letivo 2011-2012