Arquitetura religiosa, românica, gótica, maneirista, barroca. Catedral de planta em cruz latina, com nártex e 3 naves sensivelmente a igual altura, coro-alto, transepto desenvolvido e cabeceira escalonada com capela-mor retangular e 2 absidíolos de planimetria poligonal. Sacristia e claustro adossados. Cobertura em abóbada de ogiva. Fachada harmónica com o corpo central maneirista, com estrutura arquitetónica em 3 registos e torres sineiras, rematadas por cúpula e balaustrada. Platibandas salientes coroadas de merlões pontiagudos. Capelas retabulares nos topos do transepto e ladeando o arco triunfal. Retábulos de talha dourada maneirista (topo do transepto, no lado do Evangelho) e barroca, seguindo as várias tipologias características do séc. 18. Retábulo principal joanino, com as imagens do orago, Nossa Senhora em pedra de Ançã, do período trecentista, e a de São Teotónio, barroca. Cadeiral maneirista no coro-alto com remates barrocos. Púlpitos junto aos pilares do arco cruzeiro. Azulejos setecentistas de decoração azul e branca, a decorar o claustro. Este encontra-se adossado ao lado SO., com planta quadrada, evoluindo em 2 pisos, o 1º de raiz maneirista, baseada na tratadística italiana, com colunas jónicas, sendo o 2º setecentista, com colunas dóricas unidas por balaustrada. Colunas do primeiro piso pousam num murete contínuo, formando um número par de tramos, com duas colunas nos ângulos, reforçando a estrutura, em detrimento da leitura contínua do espaço. Abóbada de cruzaria assenta em mísulas no alinhamento das colunas. Este esquema tem paralelo em obras do Renascimento e Maneirismo italianos, nomeadamente o Hospital Maior, em Milão e o Claustro de Santa Maria della Pace, em Roma.
Fonte: SIPA