De entre os mortaguenses que se distinguem na nossa história local, recordo o Dr. José de Andrade de Assis e Santos através de alguns registos biográficos, para percebermos a importância desta personalidade no nosso concelho.
Nasceu em Vale de Remígio, Mortágua, em 1903 e faleceu em 1979. O seu percurso académico iniciou-se na freguesia de naturalidade, onde, na instrução primária, foi aluno do pai, professor Joaquim dos Santos. Licenciou-se em medicina na Universidade de Coimbra. Foi várias vezes convidado a dar aulas na faculdade, mas preferiu exercer medicina com total disponibilidade, no seu concelho.
Para acudir aos doentes, percorria estradas e caminhos, montes e vales, fizesse chuva ou calor, tanto de dia como de noite. Chegava a andar a pé centenas de quilómetros e aos doentes pobres oferecia os medicamentos e não cobrava dinheiro pelas consultas.
Era um homem muito culto. Falava francês, latim, inglês, alemão, russo e grego. Interessou-se pelo desenho, pela fotografia e pela história. Desejoso por transmitir os resultados das suas investigações, escreveu livros sobre a história local, como por exemplo
O Pelourinho de Mortágua (1940) e Mortalacum (1950). Construiu um microscópio artesanalmente que, na altura, era a segundo melhor lente do país e permitiu que fosse o pioneiro em análises clínicas neste concelho.
Em sua homenagem, Mortágua tem uma avenida com o seu nome e, no Jardim Municipal, um monumento com a sua efígie em relevo.
Pelo exemplo de vida que nos deixou, de humanismo e cultura, o Dr. José de Andrade de Assis e Santos é-nos muito grato.