quarta-feira, 30 de maio de 2012

A Sé de Viseu

Arquitetura religiosa, românica, gótica, maneirista, barroca. Catedral de planta em cruz latina, com nártex e 3 naves  sensivelmente a igual altura, coro-alto, transepto desenvolvido e cabeceira escalonada com capela-mor retangular e 2 absidíolos de planimetria poligonal. Sacristia e claustro adossados. Cobertura em abóbada de ogiva. Fachada harmónica com o corpo central maneirista, com estrutura arquitetónica em 3 registos e torres sineiras, rematadas por cúpula e balaustrada. Platibandas salientes coroadas de merlões pontiagudos. Capelas retabulares nos topos do transepto e ladeando o arco triunfal. Retábulos de talha dourada maneirista (topo do transepto, no lado do Evangelho) e barroca, seguindo as várias tipologias características do séc. 18. Retábulo principal joanino, com as imagens do orago, Nossa Senhora em pedra de Ançã, do período trecentista, e a de São Teotónio, barroca. Cadeiral maneirista no coro-alto com remates barrocos. Púlpitos junto aos pilares do arco cruzeiro. Azulejos setecentistas de decoração azul e branca, a decorar o claustro. Este encontra-se adossado ao lado SO., com planta quadrada, evoluindo em 2 pisos, o 1º de raiz maneirista, baseada na tratadística italiana, com colunas jónicas, sendo o 2º setecentista, com colunas dóricas unidas por balaustrada. Colunas do primeiro piso pousam num murete contínuo, formando um número par de tramos, com duas colunas nos ângulos, reforçando a estrutura, em detrimento da leitura contínua do espaço. Abóbada de cruzaria assenta em mísulas no alinhamento das colunas. Este esquema tem paralelo em obras do Renascimento e Maneirismo italianos, nomeadamente o Hospital Maior, em Milão e o Claustro de Santa Maria della Pace, em Roma.
Fonte: SIPA

domingo, 27 de maio de 2012

O tempo dos meus bisavós através de uma fotografia a preto e branco



     Esta fotografia a preto e branco que retrata os meus bisavós surpreende-me frequentemente porque já tem muitos anos, teriam eles 50 anos de idade. É sempre requisitada para falar da família. Desta vez, levou-me a fazer perguntas que recuperaram algumas memórias do passado que servem para refletir e crescer.
    A fotografia não foi tirada ao acaso e de forma espontânea. Os dois posaram para o fotógrafo e nesta pose ficaram parados alguns segundos. Naquela época, a máquina fotográfica não era um objeto barato e fácil de manejar por quem não tivesse um pouco de conhecimentos técnicos, e ainda hoje é assim. A fotografia é uma necessidade de representação pessoal. É importante ter fotografias para mostrar à família e aos amigos... É uma atitude social. E permite conservar uma imagem que nunca mais se repetirá. Era nos estúdios com laboratório para revelar as fotografias que as pessoas podiam ser retratadas com facilidade e a um preço acessível. Este retrato foi tirado num estúdio, em Coimbra.
    O meu bisavô chama-se José Martins Cordeiro e, por incrível que pareça, já tem 94 anos de idade! Filho de José e de Maria da Espectação, nasceu no dia treze de junho de 1917 numa pequena aldeia do nosso concelho: Felgueira.
    Naquela altura, Felgueira tinha noventa habitantes, hoje tem duzentos. A atividade agrícola tinha grande importância para garantir a subsistência do dia a dia e, como os pais, o meu bisavô trabalhou na agricultura. Começou aos 8 anos de idade a juntar vides. Nunca foi à escola, como muitas outras crianças do campo.
    Em 1938, a tropa levou-o a partir para a Figueira da Foz, onde foi condutor de metralhadoras pesadas.
    Regressado à terra natal, começou o namoro com a minha bisavó, que era sua prima direita. Encontravam-se ao fundo das escadas da casa dela uma vez por semana. Mas sempre com a presença do pai da minha bisavó.
    Os meus bisavós casaram-se em 1945 e foram viver para Chão Miúdo, aldeia da minha bisavó, que pertence à mesma freguesia de Felgueira, Sobral. Tiveram três filhos. Trabalharam sempre na agricultura. Para o campo levavam os filhos, que acompanhavam os pais nos trabalhos agrícolas; ficavam num berço enquanto pequeninos. Os tempos mudaram e mudou o modo de vida das populações rurais e nos dias de hoje, todas as manhãs, os meus bisavós dão juntos um passeio pelas ruas de Chão Miúdo, onde ainda vivem.
     Os seus três filhos já têm netos e os meus bisavós têm bisnetos.
    Gosto desta fotografia e imagino os meus avós naqueles tempos, tal e qual. Foram tempos que esta fotografia não apaga!

Liliana Borges, 5.ºC
Ano letivo de 2011-12

terça-feira, 15 de maio de 2012

Lenda de Nossa Senhora do Chão dos Calvo

     Num vale, pelos fins do Século XV, inícios do seguinte, encontrou, um indivíduo calvo, da freguesia do Sobral, concelho de Mortágua, escondida na toca de um castanheiro, uma imagem da Virgem.
     A notícia chegou aos moradores dessa freguesia, bem como aos de Pala. Os do Sobral achavam que a imagem lhe pertencia, por isso a levaram para a sua igreja. No entanto, a Senhora desaparecia desta igreja e voltava a ser encontrada no buraco do castanheiro.
     Apesar de ser levada, de novo, para o Sobral, e a igreja da paróquia estar guardada, a imagem fugia sempre. Acabaram por ser os habitantes de Pala e erigir uma capela no sítio do seu aparecimento.
Fonte: RFEVA
  A Ermida de Nossa Senhora do Chão dos Calvos, cuja tradição conta que nove freguesias do Concelho eram obrigadas a comparecer na primeira semana da Quaresma, sob pena de multa aplicada ao chefe de família que, por si ou familiares da casa faltassem. A romaria decaiu ao longo dos tempos, tendo sido substituída pela Feira dos Calvos que ainda perdura.
 Fonte: CMM

quinta-feira, 10 de maio de 2012

A Lampantana

Sobre este delicioso prato, podemos ler no site da Câmara Municipal de Mortágua: 
 
"Zona de transição entre a Beira Interior e o Litoral, Mortágua não deixa de ganhar com este seu posicionamento. Lugar de passagem para vários destinos, Mortágua oferece a quem a visita momentos agradáveis, com a sua beleza natural e através da boa gastronomia. 
A LAMPANTANA confeccionada com carne de ovelha, assada em caçoila de barro e servida com batata “fardada” e grelos a acompanhar, é, desde tempos imemoriais, uma das especialidades gastronómicas do Concelho de Mortágua.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Armas do concelho de Mortágua


    As armas do Concelho de Mortágua apresentam em campo de prata, cinco faixas ondeadas de azul, distanciadas igualmente. Bordadura de negro arregada de oito pinhas de ouro realçadas de negro. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco com os dizeres “Vila de Mortágua” a negro.
     Estas formas e estas cores têm um significado. São pensados tendo em conta o Concelho. Por isso, é a demonstração singular de uma terra única. 
     Mostram que o concelho constituiu em épocas remotas uma bacia de água, e a riqueza agrícola dos seus extensos pinhais. Assim:
A água, a grande quantidade que houve e que há na região dominada pela Vila de Mortágua, é representada pelas faixas onduladas de prata e azul, que significam humildade e riqueza, lealdade e caridade.
A terra, a riqueza do solo, é simbolizada pelo esmalte negro, significa firmeza e honestidade.
As pinhas, simbolizando uma das principais fontes de riqueza local, a ouro esmaltado que significa fidelidade, constância, poder e nobreza.
A coroa mural de prata de quatro torres é indicativo da categoria de Vila.
Bandeira do Concelho de Mortágua: Como as peças que constituem estas armas são as pinhas de ouro e a indicação de água que é azul, a bandeira é esquartelada de amarelo (que representa ouro) e de azul. Cordões e borlas de ouro e azul. Haste e lança douradas.
E desta forma, estas Armas só poderiam ser “ As nossas Armas”.
Aprovado pela Portaria nº. 7592, do Ministério do Interior, publicada no Diário da República, I Série, nº. 123 de 3/06/1933.
Fonte: CMM 

O ferro da minha avó


     Conseguem imaginar a vida sem o ferro de passar roupa? O aspeto amarrotado não é nada agradável.
    Como antigamente não havia eletricidade nas aldeias, para engomar a roupa a solução surgiu com o ferro a carvão. Foi uma criação do século XVII.
    Eram aquecidos com o carvão em brasa. Quando o carvão começava a perder a força, o ferro esfriava e então as pessoas tinham que soprar para as brasas para que ele voltasse a aquecer, dando temperatura ao ferro. À medida que a brasa se tornava cinza, ia sendo abastecido.  
    Para além de pesados – eram ferros maciços – havia outro problema: às vezes saía fuligem de dentro do ferro, ou pior, faíscas. E lá se ia uma atraente peça de roupa ou um lençol branquinho.
    Este ferro é da minha avó paterna que mora em Ortigosa, freguesia de Pala, tem a pega de madeira e uma chaminé.
 Rodrigo da Conceição, 5.º B
Ano letivo de 2011-12