quarta-feira, 11 de abril de 2012

Memórias da Casa Senhorial da Quinta das Palmeiras

     Em Vale de Açores distingue-se uma Casa Senhorial.
   Instalada em terra fértil para a agricultura, a Casa tem uma estrutura adaptada às vivências rurais e é um exemplo da ocupação senhorial: um andar térreo para o armazenamento de produtos e de alfaias agrícolas, e um andar superior destinado a habitação dos senhores (salas, quartos de dormir e cozinhas). Na fachada principal, a escada de um lanço dá acesso ao andar que possui janelas em guilhotina.
    Na época em que vigorou o regime senhorial, quem trabalhava a terra não eram os seus proprietários. Estes pertenciam, no caso desta Casa, à nobreza e não estavam sujeitos ao pagamento de impostos. Cultivavam a terra os que viviam no senhorio e pagavam impostos com uma parte daquilo que produziam.
   Para a cobrança dos direitos reais (os impostos que cabiam à fazenda real) existia, no concelho, o donatário chamado Senhor de Mortágua. A este, o rei concedia a autoridade de cobrar impostos aos moradores e mercadores em trânsito, com o privilégio de ficar com os lucros que iam para além dos direitos reais. Até ao século XIX, Mortágua teve dezassete donatários.
    Segundo a tradição, no local desta Casa Senhorial estaria, no século XV, a de Dona Mécia de Sousa, Senhora de Mortágua porque seu pai, Dom Gonçalo Eanes de Sousa, donatário de Mortágua, não teve herdeiro varão. No século XVII, a Casa foi dos duques do Cadaval, que foram donatários da Vila.
   A Casa Senhorial de Vale de Açores era pousada da família real quando passava por Mortágua. Consta que aqui estiveram hospedados o rei D. João I e o Infante D. Henrique quando vivia em Viseu, e há referências que nela se hospedou D. Pedro II.

Mariana Santos Mendes, 5.º B, ano letivo de 2011-2012.
Recursos consultados:
Conselho Geral de Ação Social, Diagnóstico Social de Mortágua, Mortágua, 2004.
SANTOS, José de Andrade Assis e, As primeiras navegações oceânicas, Mortágua: (s.n.), 1960.
http://www.wikipedia.com/                                                                                                                                                        

2 comentários:

  1. Conheci bem essa familia e pernoitei algumas vezes. Já lá vao talvez 30 anos.... D. Armenia era uma simpatia de senhora.

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    1. Obrigada pelo comentário. Se quiser contactar-nos, o nosso e-mail é patrimoniodemortagua@gmail.com

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