segunda-feira, 6 de junho de 2011

Lenda do Juiz de Fora


     D. Afonso IV determinou, por lei, que a justiça concelhia não fosse atribuída aos juízes da terra, mas a um juiz de nome -acção régia.
     Em Mortágua havia queixas contra um moço da iniciativa de D. Gil Fernandes, senhor de Carvalho e Cercosa, a quem não era aplicada justiça por parte dos juízes por parte dos juízes do concelho. Para atender as reclamações foi nomeado um magistrado de Coimbra. Este não se eximiu a fazer cumprir a Lei: mandou prender o criado do fidalgo ao pelourinho, de modo a ser vergastado.
     Quando D. Gil tomou conhecimento do facto, esperou o Juiz no seu regresso a Coimbra. Agrediu-o, cortou-lhe as orelhas e o nariz. Temendo a fúria perseguidora do rei, fugiu para Castela. Em 1340 participou, ao lado dos castelhanos, na batalha do Salado, contra os muçulmanos. Considerando a sua participação nesse evento, o rei D. Afonso IV perdoou-lhe a atitude e deixou-o regressar à pátria.     

   Outra versão da lenda:
 
     Um juiz de fora foi indicado para exercer justiça em Mortágua. No entanto abusou dos poderes que possuía. A população não gostou.
     Um dia tocou o sino a rebate. O povo aprisionou-o, conduziu-o para além dos limites concelhios. Parece que para o lado oposto do rio Cris. Nesse local foi assassinado com recurso a alfaias agrícolas: forquilhas, sachos, etc.
     O soberano tentou indagar da responsabilidade no sentido de haver punição. O funcionário régio encarregue da inquirição ia perguntando aos moradores de Mortágua que havia cometido o crime. O povo, à pergunta: "quem matou o juiz?", respondia: "Foi Mortágua". Esta resposta espalhou-se pelo país, daí ainda hoje se perguntar a alguém que nesceu neste município: "quem matou o juiz?". Como nem sempre a questão foi pacífica, podiam chover impropérios e agressões.
  
Retirado do site do: RFVA

Sem comentários:

Enviar um comentário